As notícias desta segunda-feira (25) deixaram os trabalhadores saneparianos apreensivos. O projeto de privatização da companhia, elaborado pelo governo Ratinho Junior, estaria pronto para ser apresentado na Assembleia Legislativa. O objetivo do governo é, mais uma vez, usar a tática do tratoraço e aprovar o projeto sem debate e transparência, entregando a totalidade da empresa para o mercado especulativo.
Tendo conhecimento do que já aconteceu com a Copel Telecom, a Copel e, mais recentemente, com a Celepar, não será surpresa nenhuma a apresentação do projeto no apagar das luzes de 2024 – visando ludibriar a população, como tem sido a prática de Ratinho Junior: um homem sem palavra nenhuma, que antes da eleição de 2022, garantiu aos trabalhadores da Copel que não ia privatizar a empresa – o que fez logo depois de eleito, enfiando uma facada nos copelianos.
É fato, como bem tem enfatizado as notícias na imprensa, que um dos entraves para a apresentação da proposta de privatização é o Programa de Demissão Voluntária (PDV) apresentado pela empresa que ainda não foi concluído. Ou seja, a atuação firme dos sindicatos frente ao PDV tem segurado a privatização da companhia. O fato de não aceitar uma proposta que traz alguns malefícios para o trabalhador tem emperrado a sanha privatista do governo e os traidores do povo.
O PDV apresentado pela diretoria tem o único objetivo de eliminar postos de trabalho e anular as ações judiciais que a companhia está enfrentando. A impressão é de que o PDV que está preparando a empresa para o mercado. E, nesses termos, não tem como os sindicatos validarem uma proposta como essa.
PRESIDENTE DA SANEPAR DEVE ESCLARECIMENTO AOS TRABALHADORES
Quando chegou na empresa, o diretor presidente afirmou na reunião de apresentação que tinha várias missões a ser cumpridas, mas que uma dessas missões não era a privatização da companhia. Portanto, os trabalhadores esperam que o presidente da Sanepar, diferentemente do seu chefe, o governador, não diga uma coisa e faça outra e honre suas palavras. É preciso que o presidente Wilson Bley Lipski, se realmente respeita os trabalhadores como diz na propaganda da empresa, venha a público esclarecer essa história para os saneparianos. Que ele tenha coerência, decência e sinceridade. É preciso uma posição urgente para os trabalhadores e para o povo paranaense.
PRIVATIZAÇÃO É UM TAPA NA CARA DE QUEM FEZ CAMPANHA PARA O RATO
A notícia da privatização é uma lição para os saneparianos que se deixaram iludir pelo ódio que toma conta da política e que, por isso, resolveram dar um tiro no próprio pé votando no rato. Agora a ratoeira cai sobre suas cabeças. Tem muito sanepariano que chegou a fazer campanha para o rato e seus asseclas deputados que agora querem implodir a Sanepar. Não dá para dizer que foram inocentes. Os sindicatos que representam os trabalhadores sempre alertaram todos que votar nesses sujeitos era votar na privatização da companhia e no corte de empregos. Vejam a falcatrua que Ratinho fez para acabara com a proporcionalidade no PPR. Mas, mesmo com o rato acabando com um benefício do sanepariano, a turma preferiu seguir as notícias que recebiam no WhatsApp e agora está aí: serão apunhalados pelas costas por aqueles que entregaram seu voto.
PRIVATIZAÇÃO É UM TAPA NA CARA DO POVO DO PARANÁ
A canalhice do governo chega ao ponto de que, ao mesmo tempo que abrem concurso público para entrada na companhia, surgiu o boato da privatização. Ou seja, a garantia dos mais de 56 mil candidatos que pagaram para fazer o concurso é nula. Para o governo, a estratégia já deu certo, pois somente as inscrições para o concurso renderam mais de R$ 5 milhões. Grande parte das “vagas” abertas são para cadastro de reserva. Esse pessoal tem garantia de que vai assumir ou não? Mais uma coisa que cheira mal nesse governo.
RESISTÊNCIA
Assim que começaram a pipocar as notícias da privatização os sindicatos já começaram a se movimentar, inclusive entrando em contato com os deputados aliados dos trabalhadores para traçar uma estratégia de resistência frente ao projeto de privatização. Porém, cabe deixar bem claro que a estratégia só dará certo se houver união e mobilização por parte dos saneparianos.
Para o presidente do Sindaen, Sebastião da Silva, não é aceitável ficar esperando sentados para ver o que vai acontecer. “É preciso agir”, afirma. Nesta quinta-feira (28) está marcada uma reunião com a diretoria ampliada e a assessoria jurídica do Sindaen para definir a estratégia que será adotada. “Agora é preciso que o sanepariano venha para a luta com a gente. O trabalhador que quer defender seu emprego e o bem estar de sua família vai ter que se mexer e vir para a luta”, enfatiza.