Em reunião nesta quarta-feira (19), entre as entidades que formam o Coletivo Sindical da Sanepar, ficou bastante claro para todos os sindicalistas que a proposta da empresa não passa de uma tentativa de iludir os trabalhadores.
Os sindicatos se recusam a assinar um acordo de dois anos caso não haja algumas ressalvas: um informe periódico dos índices (assim como é feito com os acionistas); a possibilidade de negociar estas metas regularmente – para evitar imprevistos; garantia da distribuição linear do ACT/PPR; um piso mínimo de valor do PPR para os trabalhadores e por último, que os termos sejam inseridos no ACT/PPR 2021/2022.
Não tendo acesso às metas e indicadores com periodicidade, torna impossível assinar um acordo com a empresa, pois é uma proposta bem injusta coma categoria. Também é considerada uma prática antissindical forçar os trabalhadores a fazer “pressão” nas entidades para que aceitem qualquer proposta oferecida pela estatal.
Também é clara a importância de não aceitar uma proposta sem lutar. Com a recusa da primeira proposta da empresa, o valor do PPR passou de R$ 9.103,09 para R$ 10.514,03.
O objetivo dos sindicatos é proteger os direitos dos trabalhadores, pois se este PPR tivesse sido assinado logo na primeira proposta, como alguns sugeriram que fosse feito, muitas conquistas teriam sido perdidas. O bom senso deve prevalecer e não há motivo para agir com desespero. É preciso ter cautela para não colocar em risco o futuro dos trabalhadores. Sendo assim, as entidades deliberaram que será marcada uma assembleia no início de junho.
O Sindaen sempre atuou na defesa dos trabalhadores e pede para que todos neste momento confiem na história e nos valores da entidade, que sempre esteve ao lado do que é melhor para o sanepariano.
Nota do Coletivo Sindical sobre a contraproposta da Sanepar:
ENQUANTO AUMENTA A TARIFA PARA AGRADAR ACIONISTA, SANEPAR CONTINUA DESMERECENDO O PRÓPRIO TRABALHADOR
Empresa continua se negando a assumir compromisso que garanta o recebimento de um PPR decente para os próximos anos
Um dia depois de aumentar pela segunda vez no ano a tarifa de água e esgoto para cumprir seu compromisso com o sistema financeiro, em prejuízo da população paranaense, a Sanepar reafirmou seu descompromisso com o trabalhador sanepariano e sanepariana. A empresa respondeu ontem (18) o ofício sobre o PPR dos trabalhadores e mais uma vez deu de ombros com a reivindicação de estabelecer critérios que garantam o recebimento de um PPR decente para os próximos anos.
“Enquanto a Sanepar aumenta o bolo do acionista com aumento sucessivos de tarifa, não quer se comprometer com nada em relação ao seu próprio trabalhador. É o que já falamos: não adianta ficar olhando somente para esse ano e o próximo. Queremos estabelecer um acordo onde seja reconhecido o direito adquirido em relação ao PPR com distribuição igualitária e fique garantido já um piso mínimo para o PPR dos próximos anos. Não dá para deixar tudo em aberto como a empresa quer” diz o presidente do SAEMAC, Rodrigo Picinin.
Infelizmente, o governo atual tem empreendido uma série de ataques ao PPR dos trabalhadores: Ano passado, através de uma falcatrua aprovou o fim da distribuição igualitária do PPR. No começo desse ano, acabou com a obrigatoriedade do índice mínimo de 25% para distribuição do PPR aos trabalhadores. Enfim, ficar quieto agora e dar um cheque em branco para a empresa é correr o risco lá na frente esse cheque ser sem fundo com o trabalhador amargando ter que ver uma boa parte do seu PPR ir parar nos bolsos dos acionistas. Não dá para entender qual o medo da Sanepar em querer se comprometer com seu próprio trabalhador que é quem faz a empresa funcionar.
Sobre o PPR desse ano, tivemos alguns avanços como a retirada das metas do ICC – Indice de Contrato de Concessões e da Evasão de Receitas II, o que acabou aumentando o valor de R$ 9.183,09 para R$ 10.514,03; Também conseguimos garantir a inclusão da cláusula que garante o pagamento integral para os trabalhadores afastados por doença. Porém, o mais importante que é estabelecer a garantia do recebimento de um PPR decente lá na frente temos enfrentado a inexplicável resistência da empresa. O que, ao nosso ver, só pode ser birra. É fato que quanto mais valorizado, mais motivado é o trabalhador, o que resulta em produtividade e qualidade para a empresa. Esse é um conceito moderno de administração de empresa. Porém, parece que, nesse sentido, a Sanepar ainda está na idade da pedra. Quem dera, tivesse o mesmo cuidado com o sanepariano com o cuidado que tem com sistema financeiro.
A luta continua. O Coletivo Intersindical vai se reunir hoje ainda para definir os próximos passos a serem dados.