8 de março é considerado o Dia Internacional da Mulher há 45 anos pela ONU. Foram décadas de luta das mulheres na sociedade para que esta data fosse reconhecida. O mês de março foi escolhido devido a uma iniciativa sindicalista, de um grande protesto que mobilizou milhares de pessoas após um incêndio em uma fábrica em Nova York, que matou 149 pessoas – a maioria mulheres. O incidente mostrou ao mundo as condições precárias a que as trabalhadoras eram submetidas. Por este motivo, dia 8 de março não deve ser um dia de receber apenas flores e presentes, mas de celebrar a luta da mulher e lembrar que ainda há muito a ser conquistado.
Mulheres ganham menos
A desigualdade salarial entre homens e mulheres caiu de 21,7% para 20,5% entre 2017 e 2018, mas continua alta, de acordo com estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher.
Na média geral, em 2018, as mulheres entre 25 e 49 anos ganhavam em média 20,5% menos do que os homens. A diferença salarial foi maior entre as mulheres com idades entre 40 e 49 anos – menos 25,1% do salário dos homens. As menores diferenças foram encontradas na faixa etária dos 20 aos 29 anos, início de carreira para muitos trabalhadores e trabalhadoras – elas ganhavam 13,1% menos do que os homens.
O estudo, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD Contínua -, analisou dados sobre a participação da mulher no mercado de trabalho. Elas são maiorias em funções como trabalhadoras domésticas (95%); professoras do ensino fundamental (84%); trabalhadoras em limpeza (74,9%); e em centrais de atendimento (72,2%).
Por outro lado, em cargos de direção, elas são apenas 41,8% e têm salários ainda menores do que a média geral (20,5%). Uma diretora ganha 22,7% menos do que um diretor. A diferença aumenta ainda mais entre profissionais de ciências e intelectuais. Nessa categoria elas são maioria (63%), mas ganham 26,2% a menos do que os homens.
A pesquisa mostra que apesar de serem maioria na categoria, os salários para as professoras do ensino fundamental é 9,5% menor do que os salários dos homens. Para as professoras universitárias, onde elas são 49,8% da força de trabalho, o salário é 17,4% menor.
Em outras categorias, como médicos especialistas e advogados, onde elas ocupam 52% dos postos de trabalho, a pesquisa aponta que a remuneração delas é de, em média, 72% do que eles ganham.
Orçamento do programa de proteção à mulher de 2019 foi 6 vezes menor que o de 2015
O valor reservado no Orçamento de 2019 para o programa “Políticas para as Mulheres: Promoção da Autonomia e Enfrentamento à Violência” – R$ 48,2 milhões – é o menor da série histórica, iniciada em 2012, quando o programa foi criado.
As iniciativas para ampliar a política de proteção à mulher, chamadas de “joias raras” em post no Twitter publicado neste Dia Internacional da Mulher por Jair Bolsonaro, receberam ano passado seis vezes menos recursos do que em 2015.
Há três anos, primeiro ano do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, o programa recebeu R$ 290,6 milhões. Em 2018, o valor foi ligeiramente maior do que o de 2019, R$ 50,2 milhões, segundo levantamento do Poder360 no portal Siga Brasil. Os dados consideram recursos autorizados no Orçamento, ou seja, a previsão de gastos para o ano. Os valores estão atualizados pela inflação do período.
Ato em Maringá
Na próxima semana, haverá atos pelo Dia Internacional da Mulher em todo o mundo. Em Maringá, o Fórum Maringaense de Mulheres divulgou a seguinte programação para este domingo:
9 horas – Concentração no portão principal do Parque do Ingá
9h30 – Caminhada ao redor do Parque do Ingá
10h30 – Caminhada até o Fórum de Justiça, onde serão depositadas cruzes e sapatos femininos
11 horas – Abertura para falas pelo fim da violência contra a mulher